A história do guarda municipal Marcelo Mafra é a prova de que o amor não tem fronteiras ou distâncias, tanto é que ele percorreu mais de dois mil quilômetros para conhecer e adotar os filhos. Miguel, de 16 anos, e Yan, de 13, têm origem indígena e foram adotados ainda bebês, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Além do procedimento de adoção, eles também têm a certidão da FUNAI.
Mafra e sua esposa não puderam ter filhos devido a um problema de saúde e começaram a pensar na possibilidade da adoção. O desejo começou a ganhar forma quando um amigo da família, que era militar, foi trabalhar na fronteira. Ele tomou conhecimento de que havia crianças precisando de um lar e inscreveu o casal de amigos na fila da adoção. Primeiro, Mafra e a esposa Rosangela adotaram o Miguel, com poucos dias de vida. Após um ano, Miguel começou a apresentar diversos problemas de saúde, uma mancha no pulmão, meningite viral e várias outras complicações, pelo menos até os nove anos. Hoje, ele está recuperado e os pais descobriram que ele tem autismo nível 1.
Mas, Miguel não virou filho único. Além de não ter distâncias, o amor também não tem barreiras ou preconceitos. Após a adoção de Miguel, o casal tomou conhecimento da história do bebê Yan, que nasceu com lábio leporino e fissura no palato. Casais que estavam na fila de adoção, 16 no total, não quiseram adotar o menino por causa da deficiência. Então, a juíza local se lembrou do casal. Mafra e a esposa se apaixonaram pelo bebê e mais uma vez fizeram uma longa viagem para encontrar o segundo filho.
Algumas gestações duram nove meses. A espera do guarda municipal Mafra e de sua esposa teve alguns quilômetros de distância. O pequeno Yan tinha um caso grave, com dois cortes nos lábios e estava subnutrido. O casal sonhou com ele e sentiram que tinham uma missão dada por Deus para serem os pais de mais um lindo menino.
Já no Rio de Janeiro, o bebê passou por cirurgia em um mutirão de Saúde no Hospital Pedro Ernesto, da UERJ, que teve repercussão na imprensa, e hoje está recuperado, seguindo com o tratamento e vivendo uma vida feliz em família!
A figura paterna é essencial para o desenvolvimento social, emocional e físico das novas gerações, mas a paternidade não transforma apenas os filhos. Toda pessoa que exerce a figura paterna com excelência acaba se tornando um ser humano melhor, mais solidário, empático e mais forte.